quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Invariabilidade do advérbio

Invariabilidade do advérbio
Todos nós estudamos e os professores ensinamos que o advérbio é classe de palavras invariável. Assim, ele não se flexiona em gênero (masculino/feminino) nem em número (singular/plural).
Consta também que o advérbio, por ser invariável, não está sujeito a variações de grau (diminutivo, aumentativo, superlativo). Entretanto, não é isso que se vê no dia-a-dia da língua.
Há uma série de variações de grau que atingem o advérbio, palavra que se pode situar no grau comparativo e no superlativo. Assim, podemos, com uso de advérbio, expressar idéias de comparação de igualdade (com auxílio de “tão” e “como” ou “quanto”), superioridade (valendo-nos de “mais” e “que” ou “do que”) e inferioridade (com emprego de “menos” e “que” ou “do que”): “Norma chegou tão cedo como (ou “quanto”) Mercedes”, “Norma chegou mais cedo que (ou “do que”) Mercedes” e “Mercedes chegou menos cedo que (ou “do que”) Norma”.
O advérbio pode ainda variar no grau superlativo: “Nas férias, Gabriel estudou pouco e Vanessa, pouquíssimo”, “O Corinthians vai muitíssimo bem” e “O foguete subiu rapidissimamente”.
O advérbio assume amiúde a forma diminutiva mediante o emprego dos sufixos “-inho” ou “-zinho”. Veja se não lhe parecem familiares frases como “Daniela saiu agorinha mesmo”, “Luzia finalmente conseguiu ficar juntinho de Joaquim”, “O navio partiu cedinho”, “A biblioteca fica pertinho da reitoria”, “O sítio do Nelson é bem longinho daqui”, etc.
Nesses casos, os falantes, ao arrepio da vontade dos gramáticos, aplicam, com função enfática, o diminutivo nesses advérbios. Em outras palavras, põem ênfase neles. Em conseqüência, as idéias que essas formas adverbiais transmitem adquirem mais intensidade: “agorinha = exatamente agora, há poucos minutos”, “juntinho = muito junto, bem próximo”, “cedinho = muito cedo”, “pertinho = muito perto”, “longinho = um bocado longe”.
Os doutores da língua consideram serem essas formas próprias da linguagem familiar ou coloquial e, conseqüentemente, recomendam sejam evitadas no padrão formal. Contudo, elas já se começam a insinuar nos textos de escritores conhecidos. A “Nova gramática do português contemporâneo” oferece vários exemplos delas:
“Vem cedinho, vem logo que amanheça!” (E. de Castro, “Últimos versos”).
“Era mais de meia-noite quando ele entrou lento, devagarinho” (Coelho Netto, “Obra seleta”).
“Só faltaram os mapas de Marte, diz baixinho” (M. J. de Carvalho, “Tempo de mercês”). Neste exemplo, “baixo” é adjetivo em função adverbial, já que modifica a flexão verbal “diz”. Leia mais sobre isso clicando aqui.
Por tudo o que há pouco vimos, melhor seria os especialistas reverem o conceito de invariabilidade do advérbio. Poderiam inclusive admitir como correta, ainda que de forma limitada, mas também na escrita, a flexão da citada classe de palavras.


http://www.paulohernandes.pro.br/dicas/001/dica163.html

Sufixos.

Sufixos:

1) Nominais:

a) noção de grau (aumentativo, diminutivo ou superlativo) ou noção de idéia pejorativa:
-aça, - aço, -alhão, -alho, -alha, -anzil, -ão, -aréu, -arra, -arrão, -astro, -az, -ázio, -orra,
-uça. -acho, -ebre, -eco, -ejo, -ela, -eta, -ete, -eto, -ico, -im, -inho, -isco...

b) noção de quantidade: -aço, -ume, -oso...

c) noção de ação, resultado de ação, situação ou qualidade: -dade, -ura, -nte, -ença, -ez,
-vel, -dura...

d) naturalidade, origem, procedência: -esa, -ino, -ês, -ol...

e) agente, profissão, ofício: -(s)or, -eiro...

f) noção de lugar onde se pratica ação: -ário, -ório...

g) nomenclatura científica: -eno, -ato...


2) Verbais : -ar, -ecer

3) Adverbial: -mente

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Adjunto Adverbial

Adjunto Adverbial
É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade, etc.). O adjunto adverbial é o termo que modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio. Observe as frases abaixo:
Seu projeto é muito interessante.
O time jogou muito mal.
Nessas três orações, muito é adjunto adverbial de intensidade. No primeiro caso, intensifica a forma verbal respeitam, que é núcleo do predicado verbal. No segundo, intensifica o adjetivo interessante, que é o núcleo do predicativo do sujeito. Na terceira oração, muito intensifica o advérbio mal, que é o núcleo do adjunto adverbial de modo.
Veja o exemplo abaixo:
Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.
Os termos em destaque estão indicando as seguintes circunstâncias:
amanhã indica tempo;
de bicicleta indica meio;
àquela velha praça indica lugar.
  Sabendo que a classificação do adjunto adverbial se relaciona com a circunstância por ele expressa, os termos acima podem ser classificados, respectivamente em: adjunto adverbial de tempo, adjunto adverbial de meio e adjunto adverbial de lugar.
O adjunto adverbial pode ser expresso por:
1) Advérbio: O balão caiu longe.
2) Locução Adverbial: O balão caiu no mar.
3) Oração: Se o balão pegar fogo, avisem-me.
Observação:  nem sempre é possível apontar com precisão a circunstância expressa por um adjunto adverbial. Em alguns casos, as diferentes possibilidades de interpretação dão origem a orações sugestivas.
Por Exemplo:
Entreguei-me calorosamente àquela causa.
   É difícil precisar se calorosamente é um adjunto adverbial de modo ou de intensidade. Na verdade, parece ser uma fórmula de expressar ao mesmo tempo as duas circunstâncias. Por isso, é fundamental levar em conta o contexto em que surgem os adjuntos adverbiais. 

http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint19.php

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Vírgula

Estando a oração em ordem direta (seus termos se sucedem na seguinte progressão: sujeito → verbo → complementos do verbo (objetos) → adjunto adverbial), isto é, sem inversões ou intercalações, o uso da vírgula é, de modo geral, desnecessário. Assim:

1. Não se usa vírgula:
Não se usa vírgula separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se diretamente entre si:
a) entre sujeito e predicado.
Todos os alunos da sala    foram advertidos.
             Sujeito                            predicado
b) entre o verbo e seus objetos.
O trabalho custou            sacrifício             aos realizadores.
                   V.T.D.I.              O.D.                             O.I.
Entre nome e complemento nominal; entre nome e adjunto adnominal.


2. Usa-se a vírgula:
Para marcar intercalação:
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, vem caindo de preço.

b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.

c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão dos lucros altos.

Para marcar inversão:
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.

b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.

c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de 1982.

Usa-se vírgula para separar entre si elementos coordenados (dispostos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.

Usa-se a vírgula para marcar elipse (omissão) do verbo:

Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

Usa-se a vírgula para isolar:

- o aposto:
São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito caótico.

- o vocativo:
Ora, Thiago, não diga bobagem.
Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura

sábado, 28 de janeiro de 2012

Orações..

Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

- Não vem separada por vírgulas, parênteses ou travessões;

- Refere-se a um grupo restrito de indíviduos/coisas.



Ex.:   As crianças que são estudiosas ganharão um brinde.

(Semanticamente falando, a frase quer dizer que apenas as crianças que são estudiosas - restringe o grupo de crianças - ganharão o brinde)



Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

- Vem separada por vírgulas, parênteses ou travessões;

- Denota uma explicação a respeito do grupo a que se refere;

- Não causa efeito de restrição ao grupo referido assim como na Or. Sub. Adj. Restritiva.



Ex.: As crianças, que são estudiosas, ganharão um brinde.

  (Aqui fica claro que todas as crianças a que me refiro são estudiosas sem haver nenhuma restrição e todas desse grupo ganharão um brinde)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Vírgula

A VÍRGULA COM "E / OU / NEM"
_________________________________________________
Anotações Gramaticais

Não use vírgula antes de [e, ou, nem], a não ser nas seguintes exceções:
1ª. Quando o [e] e o [nem] estiverem repetidos na frase (enumeração):
 Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
 Os Ônibus, e os carros, e os caminhões deveriam poluir menos.
 Ela não era bela, nem elegante, nem culta.
  Ninguém foi com ele, nem o pai, nem a mãe, nem o filho.
=> Em figura de linguagem a sucessão do [e] chama-se polissíndeto.
2ª. Quando orações ligadas pela conjunção [e] tiverem os sujeitos diferentes, e se pode subentender uma pausa na leitura. Este uso se justifica no intuito de prevenir o leitor que a partir dela começa uma nova afirmação com diferente sujeito:
  O menino não se mexeu, e Paulo desejou matá-lo.
  À noite não acabava, e às vezes a miséria se reproduzia.
  O tempo estava ruim, e o piloto desistiu do voo.
 Ele irá de avião, e sua mulher de ônibus.
3ª. Quando se deseja como recurso estilístico, realçar, dar ênfase, a uma afirmação ou oração iniciada pela conjunção [e] [ou] e [nem], ocasião em que a pausa é mais forte: Deitara-se cedo, e sonhou.
  Em todo caso repugnava-lhe a ideia de recuar, e foi andando.
  É melhor sairmos logo, ou não?
  Afinal, o chefe é ele, ou são vocês?
  Não mudo de opinião, nem que me matem!
Havendo ênfase maior, costuma-se também usar o travessão, como se pode ver nestes exemplos:
   A teimosia recusava os conselhos – e estava ali.
 Resisti, ele teimou – e o resultado foi em desastre.
4ª. Para separar as orações coordenativas sindéticas alternativas:
  Façam mais gols, ou perderemos o jogo.
  Diga agora, ou cale-se para sempre.
  Procure chegar cedo, ou não conseguirá a vaga.
  Vou ter a maior surpresa, ou estou enganada? ®Sérgio.
Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 11/09/2010
Reeditado em 05/04/2011
Código do texto: T2492106

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Dicas

O uso do pronome CUJO
Muita gente quer saber onde está o dito “cujo”.
Caro leitor, não se assuste nem fique imaginando “coisas”. A verdade é que recebi dezenas de mensagens querendo “notícias” do pronome relativo CUJO.
Tenho um colega que costuma dizer que o pronome CUJO é um ser “semimorto”. Segundo ele, só existe na língua escrita. Todos entendem o sentido de uma frase em que apareça o pronome CUJO, mas ninguém se lembra dele na hora de falar.
Isso se comprova na fala do brasileiro. Observe a si mesmo e depois me diga se não é verdade. Você falaria, por exemplo, no seu dia a dia, uma frase do tipo “Estava falando com o vizinho CUJO filho foi contratado pelo Flamengo”?
Acredito que todos entenderiam a frase, mas que dificilmente seria usada na fala coloquial. Na verdade, a presença do pronome CUJO caracteriza o uso formal da língua portuguesa. Praticamente só é usado na linguagem escrita.
O curioso, entretanto, é que todos ou quase todos entenderiam a frase, ou seja, que “eu estava falando com o vizinho e que o Flamengo contratou o filho desse vizinho”.
Vamos, então, responder concretamente às perguntas do leitores:
1o) Só podemos usar o pronome CUJO quando existe uma relação de “posse” entre o antecedente e o substantivo subsequente. O “vizinho cujo filho” significa “o filho do vizinho (=o filho dele, o seu filho)”.
2o) Jamais usamos artigo definido entre o pronome CUJO e o substantivo subsequente. Falar “vizinho cujo o filho” está errado. O pronome CUJO sempre concorda em gênero e número com o subsequente: “vizinho CUJA FILHA, CUJOS FILHOS, CUJAS FILHAS“.
3o) O pronome relativo CUJO deve vir antecedido de preposição, sempre que a regência dos termos da 2ª oração exigir:
“Este é o vizinho DE cujo filho ninguém gosta.”
(O verbo GOSTAR é transitivo indireto = GOSTAR DE alguma coisa – “Ninguém gosta DO filho do vizinho”)
“Este é o vizinho EM cujos filhos todos confiam.”
(CONFIAR EM = “Todos confiam NOS filhos do vizinho”)
“Este é o vizinho A cujos filhos fizemos mil elogios.”
(=”Fizemos mil elogios AOS filhos do vizinho”)
“Este é o prefeito COM cujas ideias não concordamos.”
(=”Não concordamos COM as ideias do prefeito”)
“Este é o prefeito CONTRA cujas ideias sempre lutamos.”
(=”Sempre lutamos CONTRA as ideias do prefeito”)
Você está achando tudo muito estranho? Que o CUJO é muito feio?
Tudo bem, eu respeito a sua opinião. Mas não esqueça: nem tudo que é feio ou estranho está errado.

INTERVIR ou INTERVIER?
Não devemos confundir o INFINITIVO dos verbos (=INTERVIR) com o FUTURO DO SUBJUNTIVO (=INTERVIER).
Use o seguinte “macete”:
Quando o verbo vier antecedido de preposições (=A, DE, PARA…), use o INFINITIVO:
“Ele foi obrigado A INTERVIR no caso.”
“Ele foi proibido DE INTERVIR no caso.”
“Ele tomou esta decisão PARA INTERVIR no caso.”
Quando o verbo vier antecedido das conjunções (=SE ou QUANDO) ou do pronome QUEM, use o FUTURO DO SUBJUNTIVO:
SE o presidente INTERVIER no caso, poderá haver protestos.”
QUANDO o presidente INTERVIER no caso, o problema será
solucionado.”
QUEM não INTERVIER no caso será duramente criticado.”
Leitor aponta um erro jornalístico:
“O partido tem uma histórica dissidência de 20 votos, que poderá se ampliar, sobretudo na bancada de Minas Gerais, se o governador não intervir nas discussões”.
O leitor tem razão. O certo é “…SE o governador não INTERVIER nas discussões”.

Quando eu VIR ou VER?
Leitor quer saber qual é a forma correta: “Quando eu VIR ou VER uma amiga, falarei com ela.”
A presença da conjunção subordinativa temporal QUANDO indica que devemos usar o verbo VER no FUTURO DO SUBJUNTIVO. E aqui está o problema: VER é INFINITIVO. O FUTURO do SUBJUNTIVO do verbo VER é:
Quando eu VIR, tu VIRES, ele VIR, nós VIRMOS, vós VIRDES e eles VIREM.
Portanto, o certo é: “Quando eu VIR uma amiga, falarei com ela.”
Observe outros exemplos:
SE vocês VIREM a verdade, ficarão surpresos.”
“Devolverei o documento, QUANDO nos VIRMOS novamente.”


Dedicação A ou À você?
Leitor quer saber a minha opinião a respeito da crase na frase de uma antiga propaganda: “Casas XYZ. Dedicação à você e respeito ao Brasil…”
Antes de “você”, jamais haverá crase, pois não há artigo definido.
Eu tenho respeito “a você”, e as Casas XYZ prometem “dedicação a você”.

qua, 07/09/11
por snogueira.sn |